Fui devagarinho pela estrada da vida. Não me apressei, pois sentia-me livre. Continuei, devagar, passando por cruzamentos e desvios de um passado recente. Bem devagar, soltei-me do corpo em que vivo. A saudade espraiou-se nos sonhos e divagações de uma mente inquieta. Foi tudo tão fugaz e tão breve. Tudo o que se agarra, já fugiu. Corri acelerado, de uma forma vagarosa e soube que alcancei a liberdade que um dia perdi. Não tive mais medo. Vagueei pela estrada de modo lateral ao presente. Ouvi uma voz no fundo da linha. O vento falou-me de ti e disse pausadamente: “Devagarinho…”
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